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Arquitetos: BEAR
- Área: 120 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Luis Diaz Diaz, Jorge Isla
Descrição enviada pela equipe de projeto. Situada ao lado da Ponte Colgante e aberta em direção ao estuário, esta casa está esperando por uma oportunidade de se libertar e se livrar de uma distribuição que a oprime, projetada para uma vida, esperamos que já esquecida, de servir e ser servido. Seus novos cúmplices, um jovem casal, querem redescobri-la para poder desfrutá-la intensamente, trabalhar nela, descansar e sobretudo compartilhá-la.
O casal também têm o famoso vírus do colecionador, acumulando vinis, objetos e roupas que se tornam uma extensão material de seus gostos, hobbies e companhias de viagem. Com esta premissa, a casa foi esvaziada e estruturada em torno de duas grandes estantes que se dobram e se destacam das diretrizes geométricas dadas pelo perímetro da construção, introduzindo uma certa alteração ou desordem que nos convida a passar por elas, virá-las e adentrar este mundo nelas contido.
Dentro deste novo elemento ficam escondidos os banheiros e o closet-academia e, para o lado de fora, esta faixa de objetos e música protagonista contínua da casa que acompanha e permite especificar os ambientes, pois ele vai se adaptando em posição e tamanho conforme o uso que atende.
Outro destaque na casa é a cozinha que nada mais é do que uma tradução de como seus usuários utilizam esse espaço: para uma conversa com amigos, uma celebração do dia a dia que toma forma como o topo dessa grande estante com uma grande ilha poligonal em granito brasileiro que abraça o pilar e descansa sem peso sobre portas espelhadas. Uma cozinha para cozinhar olhando para a vista, com os amigos e para os amigos.
Os materiais são outro elemento de destaque do projeto, gerenciando esta tensão cuidadosa entre suas condições de sóbrio, barato ou áspero e sua posição, design e detalhes sofisticados como o piso de tiras de cortiça portuguesa e ripas de pinho que enfatizam a direcionalidade de suas peças, ou mobiliário à base de tábuas industrializadas com soluções singulares: portas curvas, grandes portas ocultas nos móveis, um carrinho móvel para o equipamento musical e para poder tocar em diferentes áreas, ou cores ou acabamentos que o personalizem e o imbuam daquele ar de prazer que é, em última análise, o que se procurava nesse projeto.